terça-feira, 26 de julho de 2011

Portinari no MAM




Bom domingo...depois do café da manhã no Pé no Parque, nada como uma visita ao MAM em boa cia para ver a exposição No ateliê de Portinari:1920-45.

Muito bom ver de perto as obras deste artista polêmico e pulsante, poético e técnico, arte genuinamente brasileira que faz a tragédia virar uma espantosa beleza, trazendo à tona aquilo que não queremos enxergar.



Criança morta, Série Retirantes, 1944.


Respirar (João Candido Portinari)

O filho menor está morrendo

As filhas maiores soluçam forte

Caem lágrimas de pedra. Mãe querendo

Levar menino morto: feio de sofrer, cara da morte

Desolação. Silêncio apavorando

Solo sem fim pegando fogo.

Não há direção. O sol queimando

Embrutece. Cabeça vazia de bobo

Há quanto tempo? Famintos e sem sorte

A água pouca, ninguém pede nem faz menção

Água, água, se acabar, vem a morte.

Estão irrigando a terra? É barulho de água? Alucinação

Que Santo nos poderia livrar?

Reza de velho louco

Deus pode a todos castigar.

Que é que esse menino tem? Está morto.




guerra e paz


Para completar o passeio, gosto sempre de adquirir nos museus, algo para relembrar as emoções vivenciadas nas exposições.

Desta, vez escolhi trazer para casa o livro Guerra e Paz, do Projeto Portinari.

Com textos de Enrico Bianco, Maria Luiza Leão, Emir Sader, Fernando Pamplona, Israel Pedrosa e Mauro Santayana, e prefácio de João Candido Portinari, o livro conta a história da produção dos painéis “Guerra” e “Paz”(1952-1956), presente do Governo Brasileiro para a sede da ONU, NY.

Como criança também gosta de cultura, trouxe para a Helena o livrinho Portinari, da Coleção Crianças Famosas.



No Ateliê de Portinari
14/07 a 11/09, de terça a domingo das 10h às 17h30
MAM-SP: parque do Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, Ibirapuera, SP.
Informações: (11) 5085-1300

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Artigo de junho da Táxi Cultura!

Qualidade de Vida

Trabalho: força motriz para a realização pessoal

Extraído do site:




Crescemos em um contexto sócio-cultural avesso às mudanças. Quantas não são as famílias que educam seus filhos a seguirem pela vida de olhos vendados, como se estivessem participando de um cansativo e enfadonho roteiro de novela.

A previsibilidade e falta de criatividade nos fazem perceber que muitos jovens optam pelas carreiras profissionais não pelo brio e pela paixão de realizar seus sonhos e desejos, mas, simplesmente, pela acomodação de seguir o óbvio, almejando uma suposta estabilidade financeira.

Estabilidade X Realização

Pior do que nutrir uma postura servil é a futura constatação de que a sonhada estabilidade, pela qual se abre mão da verdadeira realização pessoal, nem sempre ocorre. Não se trata de uma conta simples de matemática, a vida é muito mais do que isso. E os próprios números demonstram uma realidade muitíssimo diferente.

Quantos dos médicos, advogados, engenheiros ou dentistas estão realmente satisfeitos com o retorno alcançado após anos de expressivo investimento em sua formação? Será que esse resultado depende unicamente de uma fria análise do mercado de trabalho? Talvez seja preciso considerar muitos outros aspectos quando se fala em alcançar a realização naquilo que se faz para sobreviver.

Também é fácil constatar que a maior parte dos profissionais que alcançam a realização nas atividades que desenvolvem é constituída daqueles que não tiveram medo de seguir suas aptidões e sonhos pessoais. E aí encontramos o prazer do vendedor em vender, do jornalista em informar, do ator em representar. Estamos falando de pessoas que são capazes e contam com as condições básicas para realizar a sua escolha e não ficam soterradas por uma realidade absolutamente massacrante.

Responsabilizar-se pela vida

Articulados dessa forma, os conceitos de trabalho e bem-estar jamais serão antagônicos. Restringir-se de sonhar ofusca o colorido da vida. E aí, inclusive, não importa onde você esteja inserido dentro da estrutura social, o poder da escolha define os seus resultados e sua capacidade de realização: você se responsabiliza pela sua vida.

Muitas pessoas trabalham para viver e, ironicamente, perdem suas vidas assim, obstadas pelos condicionamentos do medo e receio de empreender mudanças. Trabalhar por um ideal é uma força motriz capaz de muitas realizações.

Faça um mergulho na sua intimidade. Estamos o tempo todo a tecer nosso destino, que ao invés de tirano e cruel pode ser tão maleável quanto desejarmos. A cada minuto, nossos pensamentos, palavras e ações moldam a nossa história e mudam a nossa vida.

Mude o mundo, comece por você.




Fernanda Monteforte é consultora
de qualidade de vida e ministra
aulas do Método DeRose.